A renomada historiadora, antropóloga e editora Lilia Moritz Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo, Brasil, foi homenageada com o prestigioso Prêmio Reimar Lüst de Intermediação Acadêmica e Cultural. Sob os termos do prêmio, ela irá ensinar e pesquisar na Freie Universität Berlin a partir do início do semestre de verão de 2022. Sua estadia como professora visitante na Freie Universität foi aprovada pelos patrocinadores do prêmio, a Fundação Alexander von Humboldt e a Fundação Fritz Thyssen. A professora Schwarcz foi indicada pela professora Susanne Zepp-Zwirner seguindo uma iniciativa do escritório regional da Freie Universität em São Paulo. A professora Annette Jael Lehmann e o professor Stefan Rinke endossaram a indicação. Durante sua estadia em Berlim, a professora Schwarcz focará na história afro-brasileira e indígena do Brasil.

"Lilia Moritz Schwarcz é uma das principais historiadoras do Brasil", diz Susanne Zepp-Zwirner, professora de literatura espanhola, portuguesa e francesa na Freie Universität. "Numa época em que o populismo é um desafio global, ela representa uma voz importante para a democracia e para a liberdade acadêmica, cultural e artística na América Latina e muito além. Ela tem liderado o caminho ao encorajar uma historização consistente da história colonial do Brasil. Lilia Moritz Schwarcz também fez contribuições extraordinárias para os estudos antropológicos no Brasil, assim como para as pesquisas na história social e cultural do Brasil".

Tanto no mundo acadêmico como além dele, Schwarcz é talvez mais conhecida pelo seu brilhante trabalho sobre a história do Brasil. Ela recebeu uma prestigiosa bolsa da Fundação Guggenheim (2006/ 2007), e uma bolsa da Biblioteca John Carter Brown (2007); foi professora visitante nas Universidades Oxford, Leiden, Princeton e Brown e professora Tinker na Universidade de Columbia (2008); e desde 2011, ela tem ocupado o cargo de Global Professor em Princeton.

A professora Zepp-Zwirner destaca particularmente o trabalho pioneiro de Schwarcz na história afro-brasileira e indígena do Brasil. O professor Rinke acrescenta: "O trabalho acadêmico de Lilia Moritz Schwarcz produziu não somente numerosos estudos individuais brilhantes e reconhecidos internacionalmente, cada um deles transmitindo novas ideias, mas também abriu perspectivas interdisciplinares completamente novas para a história cultural e a antropologia como um todo. Seu trabalho mudou as percepções da história brasileira." Mas além dela ser uma historiadora extraordinária, explica a professora Lehmann, ela também acredita fortemente que a análise do passado deve servir para nos ajudar a entender como nosso mundo atual surgiu. Este princípio tem definido o trabalho de Schwarcz como curadora no Museu de Arte em São Paulo.

O livro de Schwarcz Sobre o autoritarismo brasileiro foi publicado em 2019, apenas um ano após Jair Bolsonaro ter sido eleito presidente do Brasil. O livro é um estudo histórico de várias formas de autoritarismo e sua expressão ao longo da história brasileira. Schwarcz argumenta que onde quer que um sistema de justiça esteja baseado no patrimonialismo (no qual o poder pessoal exercido por um governante é particularmente forte), isto deve ser visto como uma forma de corrupção: um abuso de poder que é prejudicial não apenas em um contexto brasileiro, mas para qualquer nação onde ele se torne o sistema dominante.

O prêmio leva o nome do astrofísico e ex-presidente (1989-1999) da Fundação Humboldt, Reimar Lüst (1923-2020). A Fundação Alexander von Humboldt e a Fundação Fritz Thyssen outorgam até dois Prêmios Reimar Lüst por ano. Os premiados são pesquisadores internacionais de Ciências Socias e Humanas altamente renomados que fizeram contribuições excepcionais dentro e através da ciência para o avanço duradouro das relações bilaterais entre a Alemanha e seus países de origem.

Fonte: Release original (alemão)