Primeiro evento informativo sobre a cooperação científica com a América Latina na DFG
Notícias de 02.02.2016
Mediante um grande interesse das instituições científicas alemãs, o primeiro evento informativo sobre a cooperação científica com a América Latina aconteceu no dia 17 de dezembro de 2015, na sede da DFG em Bonn, Alemanha. Quase 70 interessados provenientes de universidades, institutos e outras organizações científicas de toda a Alemanha participaram do evento. Além de cientistas com uma ligação direta com a América Latina, havia uma forte presença de departamentos de pesquisa e de relações internacionais de universidades e instituições.
No programa havia palestras introdutórias sobre o panorama da cooperação com países latino-americanos e apresentações de distintos cientistas sobre suas experiências na consolidação de cooperação bilateral institucional. Por exemplo, o Prof. Bernd Hellingrath falou sobre o Centro Brasileiro da Universidade de Münster e sua parceria estratégica com a Universidade de São Paulo (USP). O objetivo central da colaboração é a estabilização dos contatos bilaterais existentes entre pesquisadoras e pesquisadores e a transferência das boas práticas para novas parcerias bilaterais, assim buscando a expansão e a longevidade das cooperações.
O Dr. Joachim Gerke informou sobre o Heidelberg Center para a América Latina, em Santiago, no Chile: sua criação, organização jurídica, infraestrutura, financiamento, os programas de ensino e pesquisa, bem como suas atividades atuais e objetivos. Nos últimos anos, ficou clara a importância do centro para o desenvolvimento da ciência e que a cooperação em pesquisa cresceu em significado, o que se reflete em outros países latino-americanos.
O Prof. Tilo Pfeifer, coordenador do programa BRAGECRIM (Brazilian-German Collaborative Research Initiative in Manufacturing Technology), da área de engenharia de produção, apresentou suas experiências com as chamadas de propostas e com as agências de fomento parceiras e compartilhou informações interessantes sobre a história e o status quo da iniciativa alemã-brasileira. No total, resultaram do programa até agora cerca de 250 publicações, além de 103 estudantes de bacharelado, 66 mestrandos e 45 doutorandos que estiveram envolvidos na iniciativa do lado alemão ou brasileiro.
Os professores Stefan Rinke e Marianne Braig do Instituto de Estudos Latino-Americanos (LAI) da Freie Universität Berlin apresentaram em detalhe o Grupo Interdisciplinar de Doutorandos alemão-mexicano “Entre Espacios”, que junta de forma efetiva estudantes e doutorandos dos dois países e oferece colóquios, séries de palestras, pesquisa de campo, cursos de verão, seminários de pesquisa e workshops metodológicos.
Ao final, baseado nos trabalhos científicos do Prof. Jan Siemens na área de ciência dos solos e de meio ambiente, foi demonstrado como solicitar financiamento individual da DFG em cooperação com pesquisadoras e pesquisadores latino-americanos. Para investigar a acumulação de bactérias resistentes a antibióticos em solos, o México oferece condições ideais – não apenas devido aos parceiros de cooperação de perfil internacional, mas também por conta do objeto de pesquisa único e dos baixos empecilhos administrativos. Do lado alemão, a cooperação nos projetos individuais de pesquisa oferece uma máxima flexibilidade com uma carga mínima de obstáculos relacionados à coordenação e administração.
De que forma é possível juntar cientistas entre os países foi o último tema abordado no evento. Como o marketing de divulgação de pesquisa se tornou cada vez mais importante nos últimos anos, foi apresentada a campanha “Research in Germany”. Também foi mostrado o exemplo prático da Universidade de Tübingen, de como uma universidade pode investir recursos no desenvolvimento de cooperações internacionais e na divulgação de seu ensino e pesquisa. A Dra. Bettina Trüb abordou esses assuntos e também a recente experiência do Tübingen Research World Tour, que foi realizada também no Brasil.
O público, entretanto, não participou do evento apenas para ouvir os relatos dos representantes de cada instituição; houve também uma ativa troca de experiências e diálogos. Na discussão de encerramento, houve um abrangente brainstorming sobre as situações atuais de cooperação, as melhorais e as necessidades e desejos da comunidade científica. Por exemplo, a DFG poderia dialogar com as agências de fomento parceiras sobre um fomento duradouro de áreas das ciências para além das chamadas MINT. A respeito dos programas de fomento da DFG, foi novamente mencionado o interesse por programas flexíveis; os formatos de submissão de projetos deveriam ser mais maleáveis, para serem adaptados às condições específicas de cada país. Programas multilaterais deveriam ser desenvolvidos por temas que nos distintos países possuem uma atualidade parecida e, deste modo, a cooperação se desenvolverá de forma natural. Além de todas as questões mencionadas, seria de especial importância a integração de jovens pesquisadoras e pesquisadores nos programas internacionais.
Fonte: DFG